Escolha a próxima parada do Clube de Cultura

Vamos começar 2025 com…?

Feliz 2025! O ano já começou agitado no mundo da comunicação digital, mas antes de falarmos disso (semana que vem), preciso que você me ajude a escolher nossa próxima parada no Clube de Cultura Boa Noite Internet.

Pré-selecionei alguns livros e quero saber a sua opinião:

E os indicados são…

Nação dopamina: Por que o excesso de prazer está nos deixando infelizes e o que podemos fazer para mudar — Anna Lembke

A psiquiatra americana Anna Lembke, professora da Escola de Medicina de Stanford, analisa como a atual abundância de estímulos de alta recompensa transformou nossa relação com o prazer. Nossa sociedade vive em constante busca por gratificação instantânea, seja através das redes sociais, jogos, compras ou outros vícios comportamentais. O acesso ininterrupto a estas fontes de dopamina digital criou um ciclo vicioso que, paradoxalmente, aumenta nossa infelicidade e desconexão com o mundo ao redor.

Neste livro, Lembke traduz complexos conceitos neurocientíficos em linguagem acessível, fundamentando sua análise em casos clínicos de seus pacientes. Sua tese central defende que o contentamento genuíno não vem da busca desenfreada por estímulos intensos, mas sim da capacidade de encontrar satisfação nas pequenas coisas e nas conexões humanas significativas. O livro oferece um caminho prático para restaurar o equilíbrio dopaminérgico, combinando descobertas científicas sobre o desejo com estratégias concretas de recuperação.

A crise da narração — Byung-Chul Han

O filósofo sul-coreano radicado na Alemanha Byung-Chul Han analisa um paradoxo da sociedade contemporânea: quanto mais se fala em narrativas, menos capacidade temos de construir significados através delas. Esta contradição se manifesta em um vazio narrativo que permeia nossa cultura digital, onde a abundância de histórias fragmentadas mascara uma profunda crise de sentido. O autor argumenta que a atual obsessão por storytelling revela justamente a disfunção da narrativa em nossa época.

A obra examina como as telas digitais alteraram fundamentalmente nossa relação com a realidade e com o outro. Han demonstra que o smartphone, ao mediar nossa percepção do mundo por interfaces táteis e likes, não apenas reduz a experiência da realidade a fragmentos consumíveis, mas também intensifica um processo de narcisização social. Esta transformação resulta no enfraquecimento de nossa capacidade de construir narrativas que verdadeiramente conectem indivíduos e deem sentido à experiência coletiva.

O despertar do universo consciente: Um manifesto para o futuro da humanidade — Marcelo Gleiser

O físico e astrônomo brasileiro Marcelo Gleiser propõe uma mudança em nossa compreensão do lugar que ocupamos no universo. Contrariando a visão predominante de insignificância cósmica, ele defende uma perspectiva biocêntrica que reconhece a extraordinária raridade da vida na Terra. Esta abordagem revolucionária sugere que quanto mais aprendemos sobre o cosmos, mais deveríamos valorizar nossa existência única em um universo majoritariamente hostil à vida.

Gleiser desenvolve um manifesto pela sobrevivência da humanidade fundamentado em uma nova ética ambiental e cósmica. Ele argumenta que precisamos superar o paradigma mecanicista herdado do Iluminismo e adotar uma visão que coloque a vida no centro de nossas considerações morais e práticas. Sua proposta inclui ações concretas para assegurar a continuidade da civilização em um planeta com recursos finitos, destacando a responsabilidade individual e coletiva nesta missão de preservação.

Agora é com você

O que devemos ler a seguir no Clube de Cultura? A votação se encerra sexta-feira, 17 de janeiro.

Aproveita e deixa nos comentários suas indicações para futuras edições.

Se você ainda não é do Clube de Cultura, olha aí a sua chance. Já tivemos resumos comentados de Resista: não faça nada: A batalha pela economia da atenção — Jenny Odell, de Quatro mil semanas: Gestão de tempo para mortais — Oliver Burkeman e Nexus: Uma breve história das redes de informação, da Idade da Pedra à inteligência artificial, de Yuval Noah Harari. Se você se associar agora, ganha acesso a todo conteúdo já publicado e ainda ajuda o Boa Noite Internet a seguir contando histórias.

Nos vemos na semana que vem!