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Como nasce a mídia polarizadora

De Star Wars a eleições, polarizar é um ótimo negócio

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crisdias
set 12, 2024
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A mais pura e simples verdade é que a verdade nunca é pura, muito menos simples.
— Oscar Wilde (parafraseando)

Se você quer entender como a mídia tem impacto direto na loucura da sociedade atual não precisa ver sabatinas ou debates políticos. Pode ficar só no universo Star Wars, em como os fãs estão reagindo à série The Acolyte.

Eu faço sucesso nos podcasts e xoxal redes quando digo que “adoro Star Wars, exceto quando estou vendo Star Wars”. São histórias (na maior parte das vezes) simples do bem contra o mal, mas que se passam em um universo que faz minha cabeça fervilhar.

Sou fã, não hater. Tenho camisetas, sei mais nomes de droides e naves do que deveria, Knights of the Old Republic é um dos meus jogos preferidos da vida, li vários livros do “universo expandido” e vi tudo que existe para ver na TV e no cinema. Até The Book of Bobba Fett eu vi, a série que nos deu a cena de perseguição mais lenta da história do universo.

Nem todo este amor foi capaz de segurar o que vi em The Acolyte. O trailer me deixou animado, mas a entrega… Não dá. Personagens com quem eu não me importava, tomando decisões idiotas e furos de roteiros que me fizeram pensar “Chega! Basta!” e parar de ver no fim do episódio 3, quando um templo inteiro pega fogo e todo mundo morre porque uma criança derrubou o equivalente a uma vela. Não dá!

Meses depois chegou a notícia de que a Disney decidiu não renovar a série, que então chegou ao fim sem grandes explicações além de “tchau”. Mais um fracasso de Star Wars na era Disney, que de acertos só teve mesmo Andor e a primeira temporada de Mandalorian. O único elogio que alguém conseguia fazer era a uma cena luta de sabre de luz bem coreografada. A razão para o cancelamento parecia óbvia: ninguém viu The Acolyte. O público, assim como eu, foi abandonando a série semana após semana. Com razão. Fim da discussão, bora pra próxima, que venha Skeleton Crew.

Só que não. Porque aqui é a internet.

Se na época dos filmes do JJ Abrams e Rian Johnson1 o barulho veio dos fãs que não gostaram de ver personagens como Rey, Finn e Rose Tico ganhando destaque, com The Acolyte quem reclamou foi o outro lado. “Racistas! Estão falando mal da série só porque a protagonista é uma mulher negra e o galã-vilão é asiático.” (isso é um spoiler, mas desculpa…)

Calma, respira. Tudo bem. Você não precisa concordar comigo e pode ter visto alguma coisa boa em The Acolyte. Lembre-se, este não é um textão para falar mal da série, é para mostrar como funciona a mídia e como ela nos arrastou para esta sociedade de caos e fumaça.

Antes de falar disso, quero deixar claro duas coisas. Primeiramente, quando eu falo “a mídia” é como se eu fosse um biólogo falando “a floresta”. Não acredito na existência de um conselho sombrio e secreto onde homens brancos encapuzados decidem como manipular as pessoas. É um ecossitema, com organismos reagindo a outros organismos, o sol, a água…

Segundamente, espero que fique claro, os problemas da mídia que vou comentar aqui acontecem dos dois lados do tal “espectro político”. Esta configuração não é “de direita” nem “globo esquerdalha mente”. De maneira consciente ou não, os dois lados entenderam como a floresta funciona para se ter o que comer público.

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