É possível ser feliz no trabalho? Essa pergunta, que parece tirada de um cartaz de RH com fonte Comic Sans e fundo azul piscina de bolinhas, foi o ponto de partida da minha conversa com a Renata Rivetti, especialista na ciência da felicidade e fundadora da Reconnect. Mas calma, aqui felicidade não é clichê motivacional. Não tem dancinha nem Sonho de Valsa como recompensa por bater a meta.
A gente falou sobre o que significa, de fato, ter uma relação mais saudável com o trabalho. E já começamos mandando a real: a empresa não tem que te fazer feliz. Mas ela também não pode ser mais um fator de desgaste da sua saúde mental.
A Renata explica como a ideia de felicidade foi sequestrada por discursos que vendem alegria constante como sinônimo de sucesso. E isso, longe de ajudar, tem deixado todo mundo mais ansioso, mais cansado e mais frustrado. Felicidade, de verdade, tem mais a ver com três coisas: alegria (sim, mas não o tempo todo), satisfação (ter metas, sentir que está realizando algo) e significado (entender que o que você faz importa, mesmo que não seja salvar as baleias).
Falamos também sobre o papel do Chief Happiness Officer — não como animador de festa corporativa, mas como um cargo estratégico que olha pra sobrecarga, pra segurança psicológica, pra cultura de bem-estar que vai muito além de sexta-feira da bermuda. Ah, e se você acha que isso é coisa de empresa “Nutella”, Renata traz dados, estudos e exemplos práticos que mostram como ambientes saudáveis dão resultado, sim.
Ainda rolou papo sobre semana de quatro dias, ghost working, dopamina rápida, cultura da produtividade tóxica e aquele velho conhecido: o culto ao workaholic. Um episódio para repensar não só o trabalho, mas a vida que a gente está construindo em volta dele.
Motivação no trabalho
Durante muito tempo tudo acreditou-se que tudo o que era necessário para motivar alguém no trabalho era oferecer uma recompensa ou ameaçar com uma punição. Só que isso é coisa do tempo em o trabalho era mais com os braços e pernas do que com a cabeça. Agora as pessoas querem mais — tanto que algumas estão dispostas até a trabalhar de graça várias horas …