📙 Unidade e divisão na aparência — a polarização foi prevista em 1967
Resumo comentado de "A sociedade do espetáculo", capítulo 3.
Todos os animais são iguais, mas alguns animais são mais iguais que outros.
— George Orwell
Em novembro de 2025, o Brasil entrou em guerra. Por causa de plástico.
Você sabe aquele filme transparente que envolve livros novos? Shrink é o nome. Pois é, o shrink virou polêmica nacional. De um lado, Chico Buarque, Fernanda Montenegro e ambientalistas denunciando centenas de toneladas de plástico por ano. Do outro lado, editoras e varejistas falando de proteção contra umidade, danos no transporte, exigências do mercado.
As redes se dividiram. Como sempre. Quem comprava livro plastificado era cúmplice da destruição ambiental. Quem defendia o shrink era alienado, capacho das editoras. Um projeto de lei no Senado propôs banir o plástico. Threads intermináveis debatiam se você estava do lado certo ou errado da história — por causa de embalagem.
Afinal, o shrink é bom ou mau? Eu preciso formar minha opinião! Mas, como eu sempre costumo dizer, minha resposta favorita é “esta é a pergunta errada”.
Ninguém perguntou: quem domina a distribuição editorial no Brasil? Por que livrarias independentes fecham enquanto redes expandem? Quanto do preço de capa vai pro autor, quanto pra editora, quanto pra plataforma?
A briga foi um espetáculo. No sentido debordiano, é claro.
Continue a leitura com um teste grátis de 7 dias
Assine Boa Noite Internet para continuar lendo esta publicação e obtenha 7 dias de acesso gratuito aos arquivos completos de publicações.



