Resumo comentado: A crise da narração, parte final
Cris Dias olha para o infinito em busca de respostas…
Chegou ao fim nossa temporada de A crise da narração, de Byung-Chul Han. E que jornada. Já estão disponíveis aqui no site os resumos comentados dos dois capítulos finais:
Comunidade narrativa, sobre como nossa capacidade de criar e compartilhar histórias moldou as sociedades humanas ao longo dos séculos. Uma análise de como o neoliberalismo transformou nossas comunidades narrativas em meras transações de informação.
Substituímos mitos comunitários por propriedades intelectuais, empacotadas e vendidas para pessoas que, em comum, só têm o amor por aquela franquia. Temos as “culturas de empresa”, com lemas, missão & valores e até mesmo rituais, como a convenção anual ou a festa de fim de ano. Comunidades narrativas voltadas ao lucro, não à sociedade.
Storyselling, encerrando o livro, fala de como reduzimos a arte de contar histórias a uma ferramenta de vendas. O capítulo mostra como o storytelling deixou de ser uma forma de conectar pessoas para se tornar uma técnica de marketing, esvaziando assim seu poder transformador original.
As narrativas têm um poder único de provocar emoções. Em uma era dominada por métricas e KPIs, onde o importante é fazer os gráficos apontarem para cima, as histórias se tornaram uma ferramenta poderosa justamente por falarem ao coração, não à razão. Essa transformação da narrativa em produto comercial explica muito dos fenômenos do mercado atual.
No fim do mesmo link, coloco minha conclusão (e desespero). O livro é ótimo, apesar de uma ou outra idealização do passado. O “problema” é que ele me coloca em um tipo de crise existencial por trabalhar com histórias. Não só ver que empurro a narrativa para sua crise, mas que sempre estou com a impressão de que é isso que as pessoas querem.
Nos vemos nos resumos e nos comentários,
crisdias