O alerta huxleyano: as sirenes seguem tocando
Resumo comentado de “Amusing ourselves to death”, capítulo 11
O progresso tecnológico apenas nos proporcionou meios mais eficientes de retroceder.
— Aldous Huxley
Postman abre seu último capítulo reconhecendo que existem duas maneiras de uma cultura morrer. Na orwelliana, a cultura vira prisão. Na huxleyana, ela vira pornochanchada. Sabemos reconhecer muito bem a primeira. Crescemos aprendendo sobre ditaduras, censura, opressão (e alguns de nós, aqui no Brasil, vivendo). Mas e quando a opressão vem disfarçada de diversão?
A América está engajada no experimento mais ambicioso do mundo para se acomodar às distrações tecnológicas possibilitadas pela tomada elétrica. […] Ao inaugurar a Era da Televisão, a América deu ao mundo o vislumbre mais claro disponível do futuro huxleyano.
Deu no que deu. Em 2025, o país é governado por um bilionário ex-apresentador de reality show que dominou a arte de se comunicar sem nenhuma proposta além de que vai fazer tudo melhor, mais incrível, mais bonito. A ponto de estarmos testemunhando algo que achei que nunca veria: a queda do império americano. Achei que ia demorar mais.
Um mundo orwelliano é muito mais fácil de reconhecer, e de se opor, do que um huxleyano.
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