Boa Noite Internet

Boa Noite Internet

Share this post

Boa Noite Internet
Boa Noite Internet
Meio como epistemologia
Clube de Cultura Boa Noite Internet

Meio como epistemologia

Resumo comentado, “Amusing ourselves to death”, capítulo 2

Avatar de crisdias
crisdias
jun 07, 2025
∙ Pago
4

Share this post

Boa Noite Internet
Boa Noite Internet
Meio como epistemologia
1
Compartilhar
12b4ffbc.webp

A pessoa mais inteligente na sala é a sala.
— David Weinberger

Você conhece o vídeo que eu sei. É de 2014. Duas primas, Wanessa (então com 7 anos) e Geovanna (5 anos), em casa.

Um momento caseiro, uma brincadeira que deu errado e, literalmente, um forninho caindo. Mas a frase “Eita, Geovanna! Mãe! O forninho caiu!” ganhou vida própria — e você deve usar até hoje, em contextos sem nenhum forninho. O forninho virou metáfora para qualquer coisa que desaba na vida. Wanessa e Geovanna viraram as filósofas da década.

É isso que Neil Postman chama de “ressonância” — pegando emprestado o termo do crítico literário Northrop Frye. Uma ideia, palavra ou imagem começa em um contexto específico e limitado, mas depois “sai do controle” desse contexto original, ganhando significados universais. As pessoas se conectaram com aquela história absurda porque reconheceram nela algo maior.

Por que algumas ideias “grudam” e outras não? Por que certas expressões atravessam gerações e outras morrem no mesmo dia? A resposta tem a ver com o poder de ressonância — a capacidade de uma ideia unificar e dar sentido a experiências diferentes.

Postman vai além de Frye e afirma que todo meio de comunicação tem ressonância e sai do seu uso inicial. Não são apenas frases ou personagens que ganham significados universais. Os próprios meios pelos quais nos comunicamos moldam nossa consciência e nossas instituições sociais. Eles se infiltram em nossos conceitos de piedade, bondade, beleza. E, principalmente, estão sempre envolvidos nas formas como definimos e regulamos nossas ideias de verdade e poder.

Um tweet, um e-mail, uma conversa de WhatsApp, uma carta manuscrita, um podcast, um vídeo no TikTok — cada um desses formatos carrega não apenas uma mensagem, mas uma filosofia inteira sobre como a verdade deve ser comunicada. E nós, sem perceber, absorvemos essas filosofias junto com o conteúdo.

Tá, mas por que o capítulo tem esse nome cabeçudo — “Meio como epistemologia”? (ou Mídia como epistemologia)

Continue a leitura com um teste grátis de 7 dias

Assine Boa Noite Internet para continuar lendo esta publicação e obtenha 7 dias de acesso gratuito aos arquivos completos de publicações.

Already a paid subscriber? Entrar
© 2025 crisdias
Privacidade ∙ Termos ∙ Aviso de coleta
Comece a escreverObtenha o App
Substack é o lar da grande cultura

Compartilhar