Educação (Religião para ateus, capitulo 4)
Na escola aprendemos tudo, menos como viver.
A educação é o ponto em que decidimos se amamos o mundo o bastante para assumir responsabilidade por ele e, por conseguinte, salvá-lo da ruína que, sem renovação, sem a chegada do novo e do jovem, seria inevitável.
— Hannah Arendt
Ninguém prestou atenção na aula anterior, né?!?
Fui começar os resumos da semana e reparei que na semana passada avisei que, a seguir, veríamos vários capítulos pequenos. Só que, nessas minhas contas, pulei o capítulo 4 — o maior do livro — o que veremos hoje. (A pressa passa e a merda fica, já dizia Albert Einstein.)
Religião para ateus foi publicado em 2012, mas quatro anos antes Alain de Botton já havia lançado a School of Life, empresa que coloca em prática muitas das ideias discutidas neste livro. Ela oferece cursos, palestras e produtos voltados para o desenvolvimento pessoal e emocional, usando filosofia, literatura e psicologia de forma acessível. Um lugar onde encontramos as respostas sobre como viver bem, uma “escola da vida” secular que ensina temas como relacionamentos, carreira, autoconhecimento e como lidar com o fracasso. Uma das maneiras é olhando para obras literárias como “manuais de vida”, ao contrário do que fazem as salas de aula de escolas e universidades que — na opinião que veremos hoje — só buscam analisar contextos literários e históricos. Abordagem que ele usou em seu primeiro livro de sucesso, Como Proust pode mudar sua vida.
Já vimos esta mesma crítica em “Teoria como narração”, sétimo capítulo de A crise da narração, de Byung-Chul Han. Matamos as histórias, os personagens não são modelos de vida, apenas objetos a serem analisados.
É aí, para Han, que a filosofia acadêmica atual se perdeu. Em vez de propor novas formas de ver o mundo, se contenta em ser uma espécie de museu do pensamento, catalogando e fazendo notas de rodapé nas ideias dos outros.
Odisseu não é mais um homem que amou, viveu, lutou. É só o mito fundador do pensamento helenista. Proust não tem muito mais a nos ensinar além de como escrever bem. Creators nas xoxal redes não olham para Ruptura como uma maneira de refletirmos sobre nossa relação com o trabalho, preferindo desvendar “os mistérios” da série. O que é a Lumon? Harmony Cobel é vilã ou mocinha? E daí?
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