Conteúdo é criação, mercadoria ou os dois? [É Sobre Isso #12]
Quando foi que Scorcese e Brain Rot viraram a mesma coisa?
Por que tudo agora é “conteúdo”? De Laranja Mecânica ao Bombardino Coccodrillo e reacts tudo agora é uma coisa só: con-te-ú-do. O que isso significa para quem vive de contar histórias? Como, aliás, nós aqui no É Sobre Isso, o podcast que é uma co-produção da Ampère e da Beet que fala sobre os desafios da comunicação nos tempos atuais.
No episódio 12, eu, Catarina Cicarelli, Gaía Passarelli e Gui Pinheiro começamos com uma confissão coletiva: todo mundo tem ranço dessa palavrinha que parece ter engolido tudo. Sabe quando você falava “Fulano é escritor” e “Beltrana é cineasta”? Era quase um pedigree. Hoje, todo mundo é criador de conteúdo. Por quê? Quem se beneficia disso?
Falamos sobre como a internet transformou quantidade em virtude, onde é mais rentável fazer cinco posts ruins por semana em vez de três incríveis por mês. Passamos sobre a grande questão do momento: criamos para as pessoas ou para os algoritmos? Porque parece que todo mundo virou refém do “poste todos os dias”, “siga a trend”, “dance a dancinha”. Calma que piora. Com a IA na jogada, tem empresa mandando fazer dezenas de posts por semana sem nem apurar direito, porque “os que derem certo a gente revisa depois”.
Discutimos também por que é tão difícil se identificar como artista hoje em dia e, para isso, o papo foi longe: da MTV que mudou tudo nos anos 80 (o primeiro clipe veiculado foi “Video Killed the Radio Star” — sutileza zero) até o fenômeno Elena Ferrante, que vende milhões sem ninguém saber quem ela é. Uma privilegiada sim! Passamos pelo BBB e seus personagens arquetípicos, pelo médico que come rosquinha pra chamar atenção, e pelo OK Go — a banda que ficou famosa pelos videoclipes, não pelas músicas.
Tocamos no drama de ter que aparecer quando você só queria criar. Aquela tensão entre “meu trabalho fala por mim” e a realidade de ter que postar no LinkedIn com cara de “feliz demais com esse projeto”. E também sobre a nova geração que nem entende esse dilema — pra eles, não existe mundo onde você não aparece.
No fim das contas, a gente entendeu que… bom, pra saber isso, você vai ter que ver ou ouvir, no YouTube ou na sua plataforma preferida de podcasts. Aproveita e assina nossos canais pra não perder nenhum dos nossos… conteúdos. 🫠
Se você também já se pegou nessa crise existencial de criador (com ou sem aspas), vem ouvir. E se você é dos que acham que conteúdo é conteúdo e ponto final, melhor ainda — a gente precisa dessa conversa.