As redes sociais morreram. Viva as redes sociais.

Chega de "antigamente é que era bom".

jun 20, 2024

Ontem mais uma vez apareceu em um grupo de Zap a conversa "esta rede não é tão legal quanto o Twitter antigamente". No caso era o Threads, mas antes já foi o Mastodon, o Bluesky… E assim seguem na diáspora social, vagando pelo mapa em busca de um novo lar. Que, pelo menos pelos próximos anos, não vão encontrar.

Desde que aquele bilionário lá assumiu o Twitter, venho falando aqui na newsletter sobre estarmos vivendo o "pós-social". Porque nenhuma rede vai ser tão legal quanto esse saudosismo de 2008. Não só as plataformas mudaram, nós mudamos. E tá tudo bem (se você entender que as coisas sempre mudam).

As redes deixaram de ser "sociais". Se nasceram como local de conexão entre pessoas, agora são otimizadas para retenção e conversão. Ou como diz meu ídolo Nilay Patel: um grande funil para nos levar a um carrinho de compras. É melhor para os negócios, inclusive os nossos.

Ao mesmo tempo, nós também mudamos. Se antes rolava aquela sensação gostosa de que todo mundo era seu amigo e as conversas eram um grande "vamos marcar" (e a gente marcava!), agora usamos as redes para demonstrar nossa identidade e promover nossas carreiras. (eu mesmo estou fazendo isto aqui, agora, entre em contato)

Antigamente é que era bom? Mas desde essa "pivotada" tempo de uso das redes-antes-conhecidas-como-sociais só aumenta. Será que no fim das contas a gente não queria ver fotos do aniversário dos sobrinhos?

Mais ou menos. A parte "social" continua firme e forte, só que no Zap e outras mensagens diretas. Longe dos olhos e das críticas. Nos tais "ambientes seguros". Porque descobrimos que, no fim das contas, não queremos colocar nossos "verdadeiros eus" pro mundo.

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